Será que os Líderes partilham (mesmo) características específicas?

Durante muitos anos, a procura e a tentativa de identificação de características especiais e distintas ou de padrões de comportamento de liderança explícita, não conseguiu avançar muito nas caracterizações recorrentes da natureza humana.

Na verdade, isto até nem deveria constituir-se como uma grande surpresa, porque os nossos antepassados fizeram uso da melhor maneira que puderam de quaisquer conhecimentos e competências disponíveis para conseguirem efetuar as suas tarefas de liderança.

O que parece acontecer, por muito que isto desiluda os «gurus» das teorias de liderança, é que simplesmente parece não haver nenhuma habilidade distinta e específica associada à liderança! Todos os casos são únicos, diferentes e comuns.

No quadro do emaranhado das investigações e imensas teorizações que se têm produzido sobre a liderança, não parece haver nenhuma evidência sobre as características comuns dos líderes, a não ser o facto de possuírem seguidores voluntários e, por isso, os seguirem.

Aparentemente, e té ao momento, apenas se tem por certo que existe uma correlação forte entre liderança e inteligência, bem como entre liderança e assertividade. Do mesmo modo, apenas temos por certo, para além destas duas qualidades e características, que há outras quatro características associadas ao líder e às expectativas do que é um «bom líder»: confiabilidade, generosidade, imparcialidade e capacidade de sacrifício.

A perspetiva evolutiva da bioliderança sugere uma explicação simples: os líderes de sucesso devem ser, de alguma forma, melhores do que outros membros do grupo quer na sua capacidade de compreender a natureza humana e da tarefa que enfrentam (inteligência), quer na capacidade de influenciar a ação e fornecer a orientação correta ao grupo (assertividade). Se assim não fosse, outros membros iriam assumir o papel de Líder.

O que isto sugere, não tem a ver com a obtenção de um resultado elevado num qualquer teste de QI, ou num outro qualquer «teste» de assertividade. Trata-se, muito simplesmente, de qualidades baseada em tarefas e desempenho puramente funcionais!

Na generalidade, os membros dos grupos consideram a função de liderança suficientemente valiosa para justificar proteger o seu líder, ao invés de desperdiçar recursos e energias a lutar contra ele. O líder poderá estar certo da lealdade dos seus seguidores, enquanto eles o considerarem e reconhecerem como íntegro, confiável, generoso, imparcial e capaz de se sacrificar para completar a tarefa e os objetivos partilhados pelo grupo. Isto é diferente da dominância, baseada na força e no medo. O medo apenas enfraquece o poder dos líderes porque os indivíduos apenas agem por receio de represálias e pela coação. Estes líderes são simplesmente odiados e nem assim se deveriam chamar. Mais tarde ou mais cedo estão condenados a serem afastados do cargo

E estas são a características chave que constituem a liderança. Não vale a pena complicar!